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domingo, 5 de novembro de 2023

Os 20 anos de "Encontros e Desencontros" (Lost in Translation)

 AVISO: CONTÉM SPOILERS.

Capa do DVD original.


    Encontros e Desencontros” está completando 20 anos. Meu Deus, como o tempo voa! (assisti no cinema do Shopping Crystal aqui de Curitiba, que exibia filmes fora do convencional, aqueles “fora da caixinha” - outro do Bill que assisti lá foi o excelente “Flores Partidas”). Nada mais justo do que fazer uma homenagem e escrever algumas palavras a respeito deste filme que, mesmo tão simples (SIMPLICIDADE é a palavra que resume o filme), conversa com o íntimo daqueles que abraçam as ideias que ele transmite.

     Acredito que nenhum de vocês assistiu a esse filme. Então, se a curiosidade bater, já aviso: não é uma comédia como é vendida por aí, nem é comédia romântica (muito menos um romance). É um drama existencial (posso dizer que é um uma história de amor sem romance, com toques de comédia (não à toa que Bill Murray foi escalado. Seu humor ácido e autêntico é único, e não consigo imaginar Bob Harris interpretado por outro ator) É, antes de tudo, um filme sobre o tédio, a solidão, o isolamento do homem moderno.

 

A doce Charlotte (Scarlet Johansson, antes do estrelato).

    Vamos então à história. Bob Harris (interpretado pela lenda viva chamada Bill Murray) e Charlotte (a graciosa Scarlett Johansson, com apenas 18/19 anos, e já arrebentando) são dois americanos em Tókio. Bob (que outrora havia sido um grande astro do cinema) está na cidade, para filmar um comercial de uísque. Charlotte está apenas acompanha o marido, John, um fotógrafo. Bob e Charlotte estão hospedados no mesmo hotel e não se conheciam, mas dividem o mesmo tédio das horas que custam a passar. Bob (cuja vida profissional e pessoal estão em crise) passa quase todo o seu tempo livre no bar do hotel. Charlotte (formada em filosofia) passa as horas olhando pela janela de seu apartamento. Ambos sofrem com a insônia e estão perdidos, cada um ao seu modo (quer mais vazio do que estar rodeada de gente, e ainda sim sentir-se só???). Até que um dia eles se conhecem no bar do hotel, iniciando uma improvável amizade e um novo mundo surge para ambos. Aquelas duas vidas, antes tomadas pelo aborrecimento, ganham novas perspectivas. Nasce entre Bob e Charlotte uma amizade mágica, uma cumplicidade raramente vista, uma nova forma de ver a cidade e suas vidas.

Companheirismo. 

Um gigante gentil.

    Não é só a língua japonesa (as cenas no programa do “Jô Soares” do Japão e no hospital são emblemáticas) e os costumes locais que apavoram as vidas de Charlotte e Bob (“Vamos jogar gasolina no fogo???”), são apenas catalisadores para as dores internas de ambos. Charlotte, negligenciada pelo próprio marido workaholic, vaga sozinha pela megalópole japonesa, mas sempre retorna ao hotel com tristeza em seu rosto. Por outro lado, Bob Harris carrega a melancolia de um homem de meia idade, aditivada pela decadência profissional e pelo casamento (as conversas com a esposa demonstram claramente a estagnação daquela relação. Quando Bob canta “More Than This” no karaokê, não é por um mero acaso). Quando se conhecem acabam criando (ainda que de forma inconsciente) uma fuga de suas realidades vazias. A iluminada Tókio vira um parque de diversões temporário para os dois americanos.

 

Bob Harris no programa do Jô SoaLes do Japão.


A emblemática (e divertida) cena do hospital.


    A cumplicidade entre Bob e Charlotte mostra que há pessoas que aparecem em nossas vidas apenas por um curto período de tempo, mas que nos tocam profundamente, nos ensinando muitas coisa, nos ajudando a superar algo. Os momentos que Bob e Charlotte compartilharam foram inesquecíveis para ambos,  ajudaram a amenizar a dor que cada um sentia. O difícil é quando esse período acaba. Mas é aí onde mora uma das belezas da vida: sabermos valorizar os momentos que tivemos, pois eles foram eternos enquanto duraram. Aquilo que Bob sussurrou no ouvido de Charlotte (algo que nunca saberemos) é um profundo sinal de esperança, reforçado pelos sorrisos que floresceram nos lábios de ambos.

A emoção de Chartlotte.


    Conseguir criar uma "história de amor" sem diálogos clichês, mas baseada em silêncios e olhares, não é para qualquer pessoa. Em seu segundo filme (estreou como diretora no ótimo “As Virgens Suicidas”). Sofia Coppola (que também é  roteirista) fez um filme sutilmente engraçado, tocante, doce, sincero e contemplativo. Se você já assistiu, tenho certeza que torceu por algo que, ao meu ver, graças a Deus não aconteceu. Bato palmas para a Sofia, porque ela não criou um conto de fadas (não caiu nas armadilhas dos filmes tradicionais), mas sim um filme realista sobre a vida. Afinal todos nós somos perdidos, alguns têm a sorte de se encontrar mais rapidamente, outros demoram mais (ou nunca se encontram). Mas a vida segue e as escolhas precisam ser feitas.

     “Encontro e Desencontros” é um poema audiovisual sobre a vida e as escolhas que fazemos. Mesmo após 20 anos, é um filme atual e contemplativo. Um filme sobre pessoas reais, sobre dores reais, sobre o poder que a amizade e (por que não?) o amor (não necessariamente o amor “romântico”) pode ter na vida de uma pessoa.

     Por fim, quando chega aquele clímax ambíguo (nunca saberemos aquilo que Bob sussurrou no ouvido de uma emocionada Charlotte. Adorei!) e tocam os acordes da belíssima “Just Like Honey”, é a hora de preparar os lenços.

Aquelas palavras que apenas Charlotte e Harris guardam na memória.

    Mas se você acha (ou achou) o filme chato, parado, lembre-se do bordão do Bob Harris no comercial de uísque (“For relaxing times, make it Suntory time!” - “É tempo de relaxar. É tempo de Suntory!”). Relaxe e aproveite a experiência.

Enjoy the moment.

    Tenho ele em DVD (não sou refém dos streamings), mas ele está disponível para aluguel na Amazon (entre outras) e na Globoplay.

    Curiosidades: ganhou o Oscar de melhor roteiro original, mas também foi indicado nas categorias: melhor filme, melhor diretor e melhor ator. Além disso, faturou cinco prêmios no Globo de Ouro (entre eles melhor ator e melhor filme - comédia), além primeira indicação da jovem Scarlett Johansson  (despontado de vez para a fama).


P.S. Há alguns anos eu escrevi aquilo que eu acredito que Bob disse para Charlotte. É claro que é mera especulação, mas compartilho em off com quem quiser. 

Bob. O eterno Bob Harris.


Te amarei e entenderei eternamente, Charlotte...





 

 

sábado, 12 de março de 2022

Publiquei meu e-book "Onde guardo teu coração".

    Bom terráqueos e terráqueas, sem rodeios; PUBLIQUEI MEU LIVRO!

Uma das versões da capa, cheia de simbolismos. Ainda derrapo no Photoshop.



    Olha, depois de meses e meses de trabalho, de noites mal dormidas, de tanto quebrar a cabeça, meu filhote “nasceu”. Via e-book, “Onde guardo teu coração” já está disponível na plataforma Amazon (https://www.amazon.com.br/dp/B09VD674F8).


Contracapa. A moça do cabelo azul desbotado.

    Sou um escritor de primeira viagem, nunca havia nem cogitado escrever um livro (ainda mais de ficção), sou da área de exatas (engenharia). Mas eu sempre fui muito bem na escola, nas redações, e eu lia muito, mas muito mesmo. Há pelo menos uns 20 anos (na época da internet discada, do pulso único depois da meia-noite. Bons tempos)) eu comecei a escrever “resenhas” sobre filmes, em um site de entretenimento que infelizmente já não existe mais, chamado FULANO (acredito que quem tem tem a minha idade lembra-se desse site muito divertido, que ainda dava muitos prêmios. Claro, era só uma brincadeira, era um passatempo. Há uns bons anos passei a usar a plataforma que eu gosto demais, chamada FILMOW (que é uma rede social para quem gosta de filmes e séries), e lá também comecei a “resenhar”, criando pequenos textos, acabei pegando gosto. Há alguns anos eu também escrevia alguma coisa, alguns contos aleatórios (mas nada muito sério), mas que acabaram morrendo junto com a CPU e HD do meu antigo PC.

www.fulano.com.br. Nas primórdios  da internet do Brasil.

    

    Ok, sou formado em engenharia, mas meus amigos próximos sabem que há alguns anos eu revelei que gostaria de cursar jornalismo, mas na verdade não tinha ânimo para encarar una nova faculdade. Mas por que o jornalismo? Porque é uma profissão que trabalha com histórias, com as palavras, e isso sempre me atraiu. Se me perguntassem qual a profissão que mais me deixaria feliz hoje, eu diria que seria na redação de um jornal (seja ele impresso, ou mesmo em uma televisão). Mas não, não sou um jornalista, mas isso não me impede de AMAR as palavras. Então por que não canalizar esse amor através de um livro independente? Fui lá e fiz, e isso tudo começou em um domingo, 19/12/2021, quando recebemos uma visita em minha casa.


    (Não vou revelar quem é a pessoa visitante. Quem sabe, sabe que ela é um ser iluminado. Te amo.). Ela veio até nossa casa naquele domingo e me desafiou para uma conversa franca. Nessa conversa, essa pessoa tocou em assuntos bastante espinhosos da minha vida, e sobre coisas que travavam meu desenvolvimento pessoal. Ela então me perguntou sobre algo que eu gostaria de fazer, mas que ainda não tinha feito na vida. Respondi, descrevendo coisas impossíveis e outras possíveis, e entre elas descrevi que tinha vontade de escrever um livro. Inteligente e influenciadora como é, essa pessoa foi me apresentando todas as possibilidades de mudança de vida que eu teria, desde que me libertasse de certas amarras psicológicas. Então ela abriu meus olhos e tirou todo o medo que eu tinha. No dia 20 eu comecei a escrever o livro, e já naquela data 20 páginas foram escritas. Serei eternamente grato a essa pessoa.


    Sobre o livro, vou contar um pouco (sem spoilers). Trata-se de uma história de amor tragicômica, ao estilo “Eu, você e a pessoa que vai morrer”. Eu digo que é um livro que me inspirou (basicamente pela estrutura narrativa), mas eu sou influenciado por muitos outros livros, de vários e vários gêneros. Até agora não consegui categorizar meu livro, pois ele é uma mistureba: é um romance dramático, é um suspense, é uma aventura adulta, é uma obra satírica, é uma obra sobre tecnologia, é uma obra sobre o meio ambiente, sobre a espiritualidade.

Alguns livros influentes.


    O livro é protagonizado por Lucilie e Ernestho, que foram um casal que se conhece “por acaso”. Um casal disfuncional, mas que apenas querem conhecer a felicidade em sua forma mais plena. Mas daí vem a vida e então prega uma peça no casal. Cada capítulo é recado de surpresas e de personagens secundários que ganham sua devida importância. Nada é o que parece ser, uma surpresa em cada página. E no final deixo uma mensagem extremamente importante para todos.

    É repleto de referências, mas só mesmo um olhar muito atento para descobrir cada uma delas.

    Mas tem gente que me fala “ah Ricardo, mas escrever um livro é moleza”, mas minha reposta é NÃO, NÃO MESMO. Antes um leitor, eu achava até que seria fácil, uma molezinha colocar as ideias no “papel”. Mero engano.

    Digamos que quando iniciei a escrita do livro estava muito empolgado: as ideias todas na cabeça, o rascunho, o esqueleto já definido. Beleza, comecei a todo gás, com novas ideias ao longo do processo, com a adição de novos personagens (P.S.: um novo/a personagem que surgiu vai ser o/a protagonista do segundo livro da trilogia. Mas isso é conversa para outra hora), mas as coisas começaram a degringolar. Fui desanimando, começando a escrever em um dia e apagar tudo no dia seguinte; as ideias iniciais entraram em conflito; sabia como começar e terminar a história, mas encontrei dificuldades no desenvolvimento de histórias secundárias. Estava meio perdido. É Ricardo, acho que já era.


    Estava desanimado mesmo, a ponto de desistir. Estava no notebook, dando uma olhada no material, quando meu sobrinho de 8 anos apareceu. Rolou uma conversa.

    - Tio, o que você tá fazendo?

    - Ah Miguel, estou escrevendo um livro, lembra?

    - Lembro sim. Então o tio vai ficar famoso?

    - Ah Miguel, não sei, não é assim que as coisas acontecem. Não é tão fácil.

    - Mas tio, não desista dos seus sonhos… - e então ele saiu e foi brincar na sala.

    Atônito (eu adoro essa palavra), eu fiquei pensativo. Como é que pode, uma criança de 8 anos, falar um coisa como essa, tão sincera, tão madura? Como vocês vão descobrir em um capítulo do meu livro ( intitulado “Tudo aquilo que não entendemos”), existem acontecimentos em nossas vidas que são realmente inexplicáveis: como é que uma criança de apenas 8 anos consegue mudar o pensamento de um adulto? Sim, eu iria desistir do livro, mas veio o meu sobrinho e me fez mudar de ideia. Se hoje livro é hoje uma realidade, é por causa dele. Ele mexeu mesmo comigo.

    Chamei-o novamente e perguntei:

    - Miguel, fala um nome de um bandidão, para o tio colocar em um personagem do meu livro.

    Ele ficou pensativo, e depois falou:

    - Cleitão.

    - Cleitão?

    - Sim tio, Cleitão. Um Cleiton bem grande.

    E assim foi nomeado um dos personagens da minha história, e por causa do Miguel esse livro agora existe.


É Ernestho, sua missão será dura.

    Eu não tenho a pretensão de ser nada além de um bom contador de histórias. Espero que gostem do meu livro, que me deem feedback's necessários pra que eu possa entregar algo melhor no próximo livro (por aqui, através das minhas redes sociais, pelo Whatsapp para quem tem meu número).Onde guardo teu coração” é apenas a primeira parte de uma trilogia, que foi pensada durante o processo de criação do primeiro livro.

    Apoiem meu trabalho, adquiram meu e-book. Conto com a colaboração na divulgação também compartilhando os links com seus amigos e amigas, com seus conhecidos. Não sou muito bom em marketing, logo peço ajuda a todos nesse quesito.


    Fiz isso por mim e para vocês. Coloquei muito amor e dedicação nele, 


https://www.amazon.com.br/dp/B09VD674F8


Paz e luz a todos.



sexta-feira, 11 de março de 2022

Revisitando "O Pequeno Príncipe".


“O essencial é invisível aos olhos.”


“É triste esquecer um amigo. Nem todo mundo tem um amigo.”


“É preciso suportar uma ou duas larvas se quiser conhecer as borboletas.”


    Quantas vezes você leu ou já ouviu essas frase por aí? Centenas, milhares de vezes, pois já fazem parte do inconsciente coletivo. São algumas das frases do emblemático clássico infantil “O Pequeno Príncipe”. Bom, muito longe de ser infantil. Mas por que esse livro, mesmo depois de quase 80 anos, continua tão celebrado, tão amado mundo afora? Farei uma pequena análise sobre a obra e sobre a influência que ela gera até hoje.


    Lançado em 1943 pelo escritor/aviador francês Antoine de Saint-Exupéry, a história é um tanto autobiográfica (mais detalhes abaixo, quando falarei especificamente sobre a vida do autor).


    Particularmente, tenho uma história pessoal com este livro. Li pela primeira vez quando tinha 8, 9 anos de idade, pegando emprestado na biblioteca do meu colégio, e fiquei encantado desde então. Creio que já foram pelo menos umas 7 vezes, a 8a foi na semana passada. Hoje é uma obra de domínio público, então foi publicada por várias editoras. É um livro curto (mas de valor inestimável) e muito barato.


SOBRE O AUTOR.

    Antoine de Saint-Exupéry era um aviador francês, que foi supostamente morto em 1944, em uma ação dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Supostamente, uma vez que o mesmo saiu em uma missão secreta e nunca mais retornou (os restos de seu avião foram descobertos em 2004 na costa de Marselha, mas seu corpo nunca foi encontrado). Não teve tempo de vida para celebrar o sucesso de seu livro. Uma pena, sua história é irônica, como é a própria vida. Uma breve e trágica passagem pelo plano terrestre.



SOBRE A HISTÓRIA (RESUMIDA).

    P.S.: Em respeito às pessoas que ainda não leram o livro (bom, ainda existem), não darei spoilers sobre a história em si, apenas citarei as partes mais importante dela


    A história começa quando um aviador (que é o próprio autor, na minha visão) que está perdido no deserto do Saara, depois que seu avião teve uma pane. Certa noite, ele é acordado por um menino louro, pedindo-lhe:

- Por favor… Desenha-me um carneiro!

    Atônito, o aviador (cujo nome nunca é revelado) começa uma jornada pela vida, ao lado do misterioso menino. Logo o aviador deduz que o menino não era da Terra, mas sim em um pequeno corpo celeste, o Asteroide B 612, que era pouco maior que o próprio menino. Mas o menino não respondia nenhuma pergunta do aviador, só revelava alguma coisas nas conversas que tinham. Descobrimos que o menino fugiu de seu planeta, por causa da coisa que mais amava: sua (vaidosa) rosa. Visitando vários planetas, conhece vários (e excêntricos) tipos de adultos: um rei orgulhoso, um vaidoso; um bêbado, um empresário; um simples acendedor de lampiões, um manobreiro (Organizador de trens) e um vendedor de pílulas.



    ***Esta edição que eu tenho é da Editora Harper-Collins, de 2018, e segundo informações da capa, é a tradução original de 1952 (e com as aquarelas originais do autor). Não tenho lembranças muito precisas de minhas leituras anteriores, mas nessa edição eu percebei que muitas frases hoje atribuídas a livro simplesmente não existem. Exemplos:

Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”

As pessoas constroem muros ao invés de pontes.”

    São frases belíssimas, reflexivas, mas são mesmo do livro? Não as encontrei nesta edição. Se elas estão em outras edições do livro? Não sei dizer, não acredito, mas é fato que hoje em dia várias frases “impactantes” são disseminadas pela web, sendo atribuídas falsamente a certas personalidades. Quantos memes com esse tipo de frase, de algum ator ou atriz, cantor ou cantora, escritor ou escritora, você já recebeu em seu telefone?

    Mas não importa, o que importa é o livro em si e as mensagens que ele transmite. Por mais que algumas frases tenham se perpetuado no mundo todo, o que importa é a jornada, aquilo que o autor brilhantemente quis transmitir.


SOBRE A HISTÓRIA (CONTINUAÇÃO).





    Após magoar-se com sua vaidosa rosa, o principezinho foge de seu planeta e começa viajar por outros planetas, encontrando homens peculiares pelo caminho. Visita 5 outros pequenos planetas e, mesmo sem entender, passa por situações nas quais ficava clara da perda da sensibilidade do homem adulto, tão preocupado com os bens materiais (representados por um rei orgulhoso, por um vaidoso; por um bêbado; por um empresário; e por fim, um simples acendedor de lampiões). Todos eles carregavam tristeza em seus corações, pois viviam vidas sem sentido

    Já no planeta Terra, ele depara-se com algo que ele não conhecia: a maldade que existe no mundo (representada pela serpente). Ao longo do caminho também depara-se com os adultos tristes, tais quais quanto os dos outros planetas: o manobrista e o vendedor de pílulas.


    Mas o menino também conhece ainda mais o significado da palavra AMIZADE.


A AMIZADE

O menino e a raposa.


    Primeiro representada pela raposa, que já está no imaginário popular, e ela merece um parágrafo para ela. Para mim, as frases mais emblemáticas do livro são as dela. Exemplos.

Adeus - disse a raposa. - Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.

O essencial é invisível aos olhos – repetiu o principezinho, para não se esquecer.


- Por favor… cativa- me!”


- Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas


- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.”

    

    E em segundo lugar então veio o aviador, que narra o livro. E este, com a raposa, representa a verdadeira AMIZADE. A amizade representada pela tristeza da raposa, quando o principezinho precisou partir. A tristeza do aviador, quando seu pequeno amigo desapareceu (“É triste esquecer um amigo. Nem todo o mundo tem amigos.”). São tocantes.


CONSIDERAÇÕES FINAIS.

    O parágrafo final talvez seja um dos mais emocionantes de todos os livros já publicados. Aliás, se você leu o livro com atenção, é certo que lágrimas caíram de seus olhos. Eu lembro que chorei quando li pela primeira vez, e chorei novamente da última vez.

    Saint-Exupéry criou uma obra muito pessoal na qual ele, como o aviador como sempre foi, é o próprio aviador do livro. E nessa obra ele demonstra que ninguém é melhor do que ninguém, somos todos farinha do mesmo saco (para mim isso fica muito claro quando o avião cai no deserto. Somos todo grãos), mas que cada um ganha sua importância quando cativa outra pessoa.

    Em tempos tão irracionais como os nossos, uma obra ATEMPORAL como “O Pequeno Príncipe” serve ainda mais para cada um de nós, pois a principal mensagem que carrega é poderosa: dê valor ao que realmente importa. Deixe de lado sua ambição e aprenda a dar valor ao mais importante: à sua família, às suas amizades.

    Seja como o principezinho: verdadeiramente humano. Descubra ou reviva a criança que vive dentro de cada um. A criança que enxerga o mundo com inocência, que não se corrompeu com o tempo. A criança que enxerga a e pratica a bondade inerente ao ser humano, e que sabe o quão e bom amar o próximo.


P.S.: quer dar um presente para uma criança já alfabetizada, mas está sem ideia? Pois até os adultos adorariam. Fica a dica.





    Seja luz em tempos tão sombrios.


Paz e luz a todos.